Breve História
A cidade insular Ilha de Moçambique, que deu origem ao nome do país, é um município da província de Nampula e tem um governo local eleito. Localizada num recife de coral. a ilha está ligada ao continente por uma ponte com 3,80 km de comprimento, da autoria do engenheiro Edgar Cardoso. Construída na década de 1960, a ponte sofreu recentemente grandes obras de recuperação, estando totalmente reabilitada. A Ilha de Moçambique adquiriu o estatuto de cidade em 1818 e foi capital de Moçambique, de facto a primeira capital, até 1898. Quando Vasco da Gama ali aportou, em 1498, a ilha estava subordinada ao sultão de Zanzibar e era utilizada pelos árabes no seu comércio com o Mar Vermelho, a Pérsia, a Índia e as ilhas do Índico. Graças à sua situação geográfica estratégica, a cidade tornou-se um ponto de escala obrigatório das viagens de ida e volta dos navios da Carreira da Índia, entre Lisboa e Goa, e proveitoso entreposto comercial. O interesse revelado por outras potências europeias justificou a construção do seu vasto e valioso património arquitetónico, que começou a ser erguido ainda em 1507, quando os portugueses ali construíram a Torre de São Gabriel, onde hoje se situa o Palácio dos Capitães-Generais. Classificada pela UNESCO, em 1991, como Património Mundial da Humanidade, a cidade possui, entre outros monumentos de valor, a Capela de Nossa Senhora do Baluarte, datada de 1522, na extremidade norte da ilha (único exemplar de arquitetura manuelina em Moçambique), e a Fortaleza de São Sebastião, a maior da África Austral, totalmente erigida, entre 1588 e 1620, com pedras do balastro dos navios, algumas das quais ainda se veem na praia mais próxima. A ilha está dividida em duas partes, a norte, a "Cidade de Pedra", construída em pedra e cal e onde se encontram os principais monumentos e, a sul, a "Cidade Macuti", material de construção tradicional feito com folhas de coqueiro. A maior parte dos residentes vive da pesca, de alguma atividade agrícola e de artesanato. A população atual é principalmente descendente de imigrantes bantus que ali chegaram no ano 200 a.C. A influência dos árabes que ao longo de séculos aportaram à ilha de moçambique é ainda hoje particularmente evidente no idioma local, o naharsa.