Breve História
Guimarães situa-se no distrito de Braga, sendo a maior cidade e concelho da sub-região do Vale do Ave. O concelho é constituído por 69 freguesias. A origem de Guimarães remonta a uma villa, Vimaranes, onde, no século X, a Condessa Mumadona Dias mandou construir o Convento e o Castelo, em volta dos quais se desenvolveu o burgo. D. Afonso Henriques, que viria a ser o primeiro rei de Portugal, filho do Conde D. Henrique e de D. Teresa, nasceu em Guimarães, em 1111. Em 1128, no dia 24 de junho, em prol da independência do então Condado Portucalense, face ao reino de Leão, enfrenta e vence, com as suas hostes, as forças leais a sua mãe, no Campo de São Mamede, junto ao Castelo. A vitória alcançada por D. Afonso Henriques marca assim o nascimento da Nação Portuguesa, e por isso Guimarães é chamada o Berço da Nacionalidade. Em 1853, a vila é elevada à categoria de cidade e começou a crescer para fora do recinto da muralha. A 13 de Dezembro de 2001, o Comité do Património Mundial, na sua 25.ª sessão, inscreveu o Centro Histórico de Guimarães na Lista do Património Mundial da UNESCO. Para isso concorreram diversos fatores, entre os quais a ligação de Guimarães à fundação da nacionalidade portuguesa, as técnicas de construção aí desenvolvidas na Idade Média e o facto de a cidade ilustrar a evolução de vários tipos de construção, nomeadamente dos séculos XV a XIX e, ainda, o rigor da intervenção e pelo seu carácter exemplar, a reabilitação do Centro Histórico. A Guimarães atual soube conciliar a sua história, a preservação do património cultural e social, a qualidade de vida da população e as suas tradições populares, de que as festas Nicolinas e as festas Gualterianas são um exemplo, com o dinamismo e empreendedorismo que caracterizam as cidades modernas, num equilíbrio que se traduziu na sua nomeação para Capital Europeia da Cultura em 2012. De entre os diversos aspetos do evento sublinham-se os seguintes: Guimarães 2012 não representou um ónus financeiro para o Estado português, antes contribuiu para minorar o impacto da recessão económica na região envolvente; a vasta programação caracterizou-se pela qualidade e pela diversidade; houve envolvimento da comunidade e dos agentes culturais locais, descentralização dos eventos e utilização recorrente do espaço público como palco de eventos culturais; a qualidade das obras realizadas, na sua maior parte previstas há anos nos programas da autarquia; no geral, os objetivos foram cumpridos; no geral, a apreciação do público e dos diversos intervenientes, foi muito favorável. Cabe a Guimarães, agora ainda com maior responsabilidade, enfrentar os desafios do futuro, capitalizando os êxitos e mais-valias gerados pela Capital Europeia da Cultura e dando continuidade ao trabalho de descentralização e de ligação com as periferias geográficas e sociais.