Perante uma sala cheia e numa cerimónia carregada de simbologia, foi assinalado, no dia 23 de fevereiro, o centenário da criação do Liceu Salvador Correia, no auditório da UCCLA - uma iniciativa da Associação dos Antigos Alunos do Liceu Salvador Correia-Portugal.
Em nome do Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, João Laplaine Guimarães leu uma missiva endereçada a todos os presentes na qual salientou que “não tendo frequentado o liceu Salvador Correia, já então ouvia estórias dos mais velhos sobre este emblemático liceu, que marcou muitas gerações e que ficou efetivamente registado na memória de todos os que o frequentaram.” –
Leia aqui a carta de Vitor Ramalho.
O presidente da Associação, Eurico Neto, começou por pedir um minuto de silêncio “por todos aqueles que passaram pelo Liceu e que já faleceram”. “Desejamos uma sessão festiva, mas não festivaleira. Bem-humorada sem ser ridícula. Séria sem ser sorumbática” afirmou.
O Liceu Salvador Correia foi “inaugurado no dia 5 de julho de 1942, pelo ministro Vieira Machado. Não tinha reitor e o vice-reitor, na altura, era Agostinho Teixeira Lucas”, recordando a existência de três edifícios. O Liceu Salvador Correia são as “memórias de todos os que por lá passaram, esta memória coletiva que se foi transmitindo de gerações para gerações. A chama que cada um de nós, eventualmente umas maiores outras mais pequenas, de lá trouxe, e que cresceu ou não, que se espalhou pelo mundo. Hoje há alunos do Salvador Correia nos cinco cantos do mundo. O Salvador Correia são três edifícios ou é tudo isto? Sendo nós a última geração que lá passou! Quando desaparecer o último de nós, só há uma forma de permanecer o legado… transmitir aos nossos filhos e netos as vivências, as memórias, as recordações, os momentos bons e maus que lá passamos, os namoricos, uns efémeros e outros que começaram lá e duram até hoje com o casamento. O Liceu Salvador Correia somos nós!”.
Manuel S. Fonseca procedeu a uma evocação do liceu de forma muito pessoal e nostálgica, relembrando algumas histórias e episódios mais peculiares, transportando todos os presentes, através da memória, ao liceu, aos seus espaços e corredores, aos personagens mais marcantes e aos valores recebidos. Terminou a sua intervenção, afirmando que “hoje, nesta nostálgica tarde de fevereiro, cai sobre nós uma onda, uma calema de saudade. Fechamos os olhos, e eu peço que fechem os olhos, a voz do Videira, o seu canónico “não sabem esperar” entra-nos pelos ouvidos como música de fundo, e voltamos a ver aquela imensidão, a rampa, as escadarias, os campos, a fachada, o torreão e o casal de corvos e sabemos que esse passado, esse passado tão bonito e tão jovem, não voltará. Nunca mais.” –
Leia aqui a intervenção de Manuel S. Fonseca.
Com quatro poemas Nicolau Santos fez sorrir toda a plateia, recordando uma paixão que teve no liceu, e que o fazia suspirar, da sua terra natal e do seu país, terminando com o poema “Isabelinha” –
Leia aqui a intervenção de Nicolau Santos.
O hino do Liceu, cantado por diversas crianças do liceu, e as imagens do Liceu abrilhantavam, ainda mais, a cumplicidade e a unidade de todos presentes no evento.