Melhoria da qualidade de vida das populações de Bissau

Melhoria da qualidade de vida das populações de Bissau

Foi assinado, dia 2 de março, um protocolo de colaboração entre a UCCLA e a Fundação GALP para a realização do “Projeto de Desenvolvimento de Energias Domésticas Sustentáveis da Cidade de Bissau”, que visa incentivar e estimular a crescente utilização de gás butano, como fonte de energia alternativa ao tradicional uso do carvão, junto de agregados familiares dos bairros de Bissau.
 
O acordo agora firmado irá permitir equipar, com gás butano, 25.400 agregados familiares de Bissau. Com duração de 24 meses, o projeto terá início a 1 de abril de 2018.
 
Trata-se de uma ação apoiada e financiada pela União Europeia, inserida no programa “Pacto dos Autarcas para a África Subsaariana - fase II”.
 
Protocolo com a Fundacao GALP_8738  Protocolo com a Fundacao GALP_8754  Protocolo com a Fundacao GALP_8765  Protocolo com a Fundacao GALP_8757
 
De acordo com o protocolo, o objetivo global do projeto é contribuir para a melhoria das condições de vida das populações da cidade de Bissau, e como objetivo específico aumentar o acesso das populações urbanas e periurbanas a fontes de energia alternativas ao carvão, pela dinamização do mercado de gás butano.
 
O protocolo - assinado pelo Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, e pela presidente da Fundação GALP, Joana Garoupa Silva - “resulta da repartição de tarefas de um projeto que apresentámos à União Europeia e que envolveu, para além da UCCLA e da Fundação GALP, também a Câmara Municipal de Bissau. O protocolo corporiza a divisão de tarefas que cada uma das partes vai desenvolver, em resultado daquilo que é fundamental para o futuro da zona de Bissau” afirmou Vitor Ramalho.
 
Protocolo com a Fundacao GALP_8760  Protocolo com a Fundacao GALP_8778  Protocolo com a Fundacao GALP_8805
 
Este protocolo tem “em vista a superação da utilização do carvão por uma energia que responda a questões ambientais, neste caso o gás butano” salientando a sua importância “por questões ambientais, pois a utilização do carvão é um meio de recurso muito utilizado em África, particularmente naquela região, que acaba por ter consequências não muito positivas para a floresta, mas também para a própria saúde das pessoas, em virtude da inalação do dióxido de carbono, e a sensibilização para a substituição do carvão por uma energia mais amiga do ambiente, é absolutamente fundamental. Fundamental também para o encurtamento do tempo da confeção dos alimentos” reforçou.
 
De acordo com as responsabilidades das partes envolvidas neste acordo, a Fundação Galp irá “fornecer 24.500 kits para famílias mais carenciadas, embora na região de Bissau a carência seja uma realidade generalizada, mas vai minorar do ponto de vista ambiental. Temos que fazer o levantamento da caraterização desses bairros que vão beneficiar estas famílias. Vamos fazer um plano de ação também, em estreita colaboração, com a Fundação Galp e a Câmara de Bissau” destacou.
 
O Secretário-Geral deu, ainda, exemplos de outros projetos que a UCCLA tem na Guiné-Bissau, nomeadamente na Região de Biombo e que resulta de um acordo celebrado com a Câmara de Oeiras (Projeto de apoio ao desenvolvimento da Região de Biombo), assim como uma candidatura, em curso, para a “formação de empresários ligados à apicultura”. 
 
Para Jorge Carvalho, representante da GALP em África, há “desde já um compromisso, do lado da GALP, no envolvimento deste projeto até à sua finalização”, acrescentando que é uma “grande satisfação que este projeto se desenvolva em África e esteja a acontecer num país africano e num continente que, para nós (GALP), tem significado e importância bastante grande”.
 
Em termos de números, a GALP tem “6750 colaboradores e 1000 estão em África” e na “distribuição de combustíveis, estamos em 5 países, Angola, Moçambique, Suazilândia, Cabo Verde e Guiné-Bissau”. A presença na Guiné, de acordo com Jorge Carvalho, “remonta a finais dos anos 50”. Relativamente ao investimento realizado pela GALP em África, o responsável afirmou que “quer na distribuição de combustíveis, quer na exploração e produção de petróleo e gás, ascende a 1.9 biliões de euros”.
 
Relativamente ao protocolo assinado Jorge Carvalho destacou a “melhoria do ponto de vista ambiental, o combate à deflorestação do país e, sobretudo, contribui para a melhoria da qualidade de vida das populações”.
 
Para Joana Garoupa “hoje é um dia de festa. Amanhã mãos à obra para tornar este projeto uma realidade. Estamos muito empenhados e muito agradados por saber que vamos tocar na vida de 25 mil pessoas, 25 mil casas, 25 mil famílias, que vão beneficiar deste projeto e tudo isto que traz de contributo para o próprio país e para a cidade em particular”. A Fundação GALP, que existe há 20 anos, tem como missão “adicionar valores aos sítios onde estamos” contribuindo, dessa forma, para “deixar um traço positivo nessas populações e nessas comunidades”.
 
A assinatura do acordo contou com a presença, entre outros, de representantes da GALP, Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, Embaixada da Guiné-Bissau, Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Guiné-Bissau, Grupo Entreposto e Câmara Municipal de Sintra.
 
Este protocolo vem na sequência do acordo firmado entre a UCCLA e a Câmara Municipal de Bissau, em novembro de 2017.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Publicado em 02-03-2018