Decorreu, de 16 a 19 de agosto, mais uma edição do Festival Sol da Caparica, em Almada, que contou com a participação da UCCLA no palco exclusivamente dedicado à poesia, declamação, conversa, encontros com artistas e escritores, inserido no projeto Debaixo da Língua.
No arranque da edição, o Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, fazendo uma breve apresentação da UCCLA - instituição que tem cerca de 50 cidades associadas, de todos os países de língua oficial portuguesa - salientou que “muito elevam aquilo que é a língua portuguesa e aquilo que ela representa à escala planetária, mas não se trata apenas de uma língua universal. Para muitos países, hoje, é uma língua materna e, cada vez mais, essa maternidade está ligada ao nascimento e ao relacionamento dos jovens, como forma de pensamento”.
Destacou algumas das atividades da UCCLA, nomeadamente o Prémio Literário UCCLA - Novos Talentos, Novos Escritores de Língua Portuguesa que é o prémio que reúne maior adesão de todos os países de língua portuguesa, com “cerca de 850 candidaturas que se apresentam todos os anos, de há três anos a esta parte. Significativamente são pessoas jovens, dos 16 aos 93 anos, aparecem de todas as idades”.
Relembrou os vencedores das edições anteriores: o primeiro entregue a João Nuno Azambuja, de Braga, com a obra “Era Uma Vez Um Homem”; o segundo venceu o brasileiro Thiago Braga, com a obra “O Diário do Cão”; a última edição foi ganha por Óscar Maldonado, um poeta paraguaio que vive em São Paulo, e que escreveu “Equilíbrio Distante”.
Recordando o Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, outra das atividades programadas pela UCCLA anualmente, afirmou que “nestas iniciativas nós podemos perfeitamente relevá-las, quer uma, quer outra, envolvendo o Sol da Caparica, quer na apresentação do escritor que ganhar o Prémio, quer na divulgação dele próprio, quer obviamente, também, aquilo que é entreajuda entre a Camara Municipal de Almada, que é associada da UCCLA e a própria UCCLA”.
Vitor Ramalho destacou que “há um conjunto de muitos outros significativos eventos, de natureza também cultural. As exposições que têm arrastado muita gente a visitá-las, a próxima exposição é uma exposição de pintores de língua portuguesa, a última foi uma exposição só de artistas angolanos, onde esteve cá a senhora ministra da cultura de Angola e o próprio Presidente da República também se associou, o Dr. Marcelo Rebelo de Sousa. E teve depois um impacto político muito grande, há aqui uma grande panóplia de eventos que nós podemos desenvolver e queremos desenvolver com esta Câmara Municipal de Almada, não só nestes domínios, mas também noutros que podemos aprofundar”.
Na ocasião teve lugar uma conversa informal com a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, o Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, o coordenador cultural da UCCLA, Rui Lourido, e a escritora Luísa Costa Gomes que apresentou o seu mais recente livro “Da Costa”.
Numa conversa conduzida por Rui Miguel Abreu, autor do projeto Debaixo da Língua, foram abordadas questões relacionadas com a língua portuguesa, a literatura, a controvérsia da palavra Lusofonia, mas também sobre os projetos culturais da UCCLA e a intenção de intensificar a parceria com o Festival Sol da Caparica, nomeadamente com a Câmara Municipal de Almada (Membro Associado da UCCLA).
O livro “Da Costa” de Luísa Costa Gomes foi mais tarde apresentado à Imprensa e aos presentes na tenda dos artistas. Relativamente ao livro, a escritora descreveu como "o retrato vivido num mundo, onde também ela habita, uma viagem pelos tempos, daquele pedaço da costa portuguesa, a cidade de Almada".