Para Vitor Ramalho o “futuro está na juventude, mas não há futuro sem memória e teremos que perceber porque estamos aqui”, evocando a influência que África teve no mundo e a importância que a sua marca foi “cada vez mais consistente quando se ganhou a consciência nos jovens que vieram estudar para Portugal, no regime anterior, na interligação que estabeleceram com os vários povos da nossa língua, criaram uma comunidade verdadeiramente sólida” para se referir à Casa dos Estudantes do Império. 

 

A independência dos países de língua oficial portuguesa e a mobilidade que daí adveio foram aspetos destacados por Vitor Ramalho para afirmar que “nós estamos agora perante uma nova mobilidade, uma mobilidade do mundo global, sem fronteiras e nessa mobilidade, das duas uma, ou os nossos povos têm vontade política de perceber a história, avançarem com mecanismos de reforço dessa bipolaridade, ou não têm. Acho que têm”. Perante isso teremos que ter “consciência daquilo que nos une, pois falamos a 4.ª língua mais falada do mundo”, reforçando que a língua é um “instrumento económico absolutamente vital para o futuro” - dando como exemplo a China em que “perceberam que nós, lusófonos, podemos ser e somos um espaço não negligenciável para a economia e é por isso que ergueram Macau como a plataforma de relacionamento com os países de língua oficial portuguesa”.

 

Para Vitor Ramalho a “mobilidade dos jovens, no mundo global, é muito difícil, porque a comunidade que se exprime em português no mundo tem um peso muito significativo nos países africanos e, nos países africanos de expressão oficial portuguesa, mais de metade da população portuguesa tem menos de 17 anos”.

 

 

O painel contou, também, com as intervenções do presidente da Associação das Universidades de Língua Portuguesa (AULP), Orlando da Mata, em representação do Camões - Instituto de Cooperação e da Língua, Paula Barros, Instituto Gulbenkian de Ciência - Diretora da Pós-Graduação Ciência para o Desenvolvimento, Joana Sá. O painel foi moderado por Ana Benavente, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. 

 

A conferência foi coorganizada pela Comissão Temática de Educação, Ensino Superior, Ciência e Tecnologia dos Observadores Consultivos da CPLP, na qual a UCCLA participa. 

 

Com a realização deste encontro, pretendeu-se promover uma maior articulação entre as diversas estruturas que se dedicam à promoção da mobilidade académica e juvenil dos países da CPLP e à identificação de soluções em sinergia sobre a temática da mobilidade académica, essencial para o conceito de comunidade académica e científica da CPLP que se pretende desenvolver.