UCCLA esteve presente no Encontro Nacional de Entidades Gestores de Água e Saneamento
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UCCLA esteve presente no Encontro Nacional de Entidades Gestores de Água e Saneamento
Publicado em 22-11-2017

O Encontro Nacional de Entidades Gestores de Água e Saneamento - ENEG 2017, realizado na cidade de Évora, no dia 21 de novembro, contou com a participação do Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, no painel “Uma Agenda para a Água nos Países da CPLP”.

Numa mesa composta por Manuel Alvarinho, presidente da Aquashare de Moçambique, Abel Cubal de Almeida, administrador executivo da SOFID, Paula Barros, assessora do conselho diretivo do Camões, Hércules Vieira, administrador executivo da Sociedade de Desenvolvimento Turístico das Ilhas Boavista e Maio, e Lucrécio Costa, diretor nacional de Águas de Angola, Vitor Ramalho começou por dar a conhecer a UCCLA, os seus objetivos e os projetos realizados. 
 
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Para Vitor Ramalho os “estados, regra geral, são entidades distantes da nossa realidade quotidiana” ao contrário das cidades que, por questões de aproximação, “facilitam o que é prioritário” mas “não poderemos nos esquecer que as cidades dentro de 20 anos vão ter 80% da população mundial”, que sendo uma “realidade insuperável, levanta problemas acrescidos a toda a hora”, como a mobilidade. Deu alguns exemplos de cidades onde a UCCLA tem tido um papel fundamental, como a cidade da Praia com o fornecimento de água potável a diversos bairros, a implementação de uma central de compostagem em São Tomé e Príncipe, a recuperação do Palácio do Governo e de escolas em Timor-Leste.
 
Vitor Ramalho adiantou que os “países que têm como língua oficial o português conseguiram criar uma instituição, sem paralelo, por razões históricas” como é o caso da CPLP, acrescentando que a “nossa força, à escala planetária, é realmente muitíssimo grande” uma vez que “temos uma realidade institucional, internacional, multilateral única e mais, temos uma língua que é um fator económico absolutamente determinante”, referindo que falamos a 4.ª língua mais falada no mundo. A este facto, o responsável salientou a China como o país que reconheceu o potencial da língua portuguesa, daí Macau servir de plataforma de relacionamento com os países de língua oficial portuguesa.
 
A “necessidade do aprofundamento da CPLP como elemento de afirmação política impõe-se” afirmou.
 
Relativamente ao tema em análise, o responsável afirmou que “no que respeita a Portugal, o país está hoje completamente decapitado de empresas estratégicas principais, porque perdeu o domínio delas e isto não é uma questão menor, ou seja se tínhamos empresas estratégicas, no domínio nacional”, como as telecomunicações, distribuição postal, energia, e “empandeirámos, vocês acham, sinceramente, que um governo pode agir da mesma maneira se tem o domínio de empresas estratégicas ou não tem, eu acho que não pode”, enfraquecendo o domínio na ação do país. Acrescentou que em Portugal o único “setor que tem, ainda, o domínio nacional e que pode intervir, e deve intervir, é as águas”, ou seja temos aqui um “setor absolutamente vital para a cooperação”. 
 
“Apesar destas limitações, a CPLP procurou sempre dinamizar forças de cooperação neste setor das águas”, dando como exemplos a biodiversidade na Guiné-Bissau, a questão ambiental em Angola, a questão de recursos em São Tomé, sem esquecer as alterações climáticas em Portugal.
 
 
Este encontro foi uma iniciativa da APDA - Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas e realizou-se de 21 a 24 de novembro.
 
A pertinência da temática principal do ENEG 2017 - “As Oportunidades no setor da Água, os Grandes Desafios Atuais e as Alterações Climáticas” - ganhou, este ano, uma dimensão especial, devido à situação de seca extrema e severa que se vive em Portugal, colocando na ordem do dia a procura de respostas de curto, médio e longo prazo, para este grave problema.
 
 
Mais informações sobre o evento em www.eneg2017.apda.pt.