UCCLA acolheu a palestra “Liberdade de expressão e o contributo das religiões na economia”
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UCCLA acolheu a palestra “Liberdade de expressão e o contributo das religiões na economia”
Publicado em 17-04-2019

A UCCLA foi o palco da palestra “Liberdade de expressão e o contributo das religiões na economia” proferida por Sheik Aminudin Muhammad, presidente do Fórum das Religiões de Moçambique, no dia 17 de abril, num evento organizado pela Casa de Moçambique.

O Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, e o presidente da casa de Moçambique, Enoque João, deram as boas vindas a todos os presentes.
 
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Começando por saudar “estes laços que criaram, de tantas nações diferentes, uma nação falante da língua portuguesa, a CPLP”, Sheik Aminudin discorreu sobre as religiões monoteístas, o cristianismo, o judaísmo, o Alcorão, as crenças e as identidades.
 
Para o Sheik a consequência da diferença entre as “pessoas é necessariamente a sua diferença no juízo, nos sentimentos e nas imaginações. Deus criou as pessoas diferentes na etnia, nas línguas e até nas crenças. A liberdade da crença é a outra face da liberdade da divergência. O Alcorão estabelece que as relações das pessoas na esfera do campo da divergência são uma relação de conhecer um ao outro e é uma relação de paz, colaboração e complementação.”
 
“Não haverá paz no mundo sem que haja paz entre as religiões e sem a propagação da cultura de diálogo, baseada nos valores de justiça, liberdade, honra e direitos humanos. É dever das religiões condenar o extremismo, o terrorismo e outras formas de violência em nome da religião, pois tais atos nada têm a ver com os ensinamentos genuínos da palavra de Deus” afirmando que a “liberdade de expressão nunca foi absoluta”.
 
Defendeu que “os discursos islamofóbicos apresentados como “liberdade de expressão” são uma ameaça à harmonia inter-religiosa e portanto uma ameaça à paz de todo o mundo. Assim como o anti-semitismo foi criminalizado em muitos países do mundo”, destacando que “o ponto principal no caminho da justiça é a supremacia da lei, igualdade e respeito pela vida humana.”
 
“A recessão, a crise económica, a fome, a pobreza, o desemprego e a situação económica deficitária, são termos que se tornaram comuns e constituem grandes testes à fé de cada um de nós” salientando que uma “sociedade só pode se considerar sã se erradicar do seu seio a exploração do homem pelo homem, a estratificação social, situações em que o pobre não tem absolutamente nada e o rico abastado ostenta a sua riqueza”. 
 
No final, Sheik Aminudin Muhammad afirmou “na natureza ninguém vive para si próprio, o rio não bebe a sua própria água. As árvores não comem as suas frutas, o sol não brilha para si próprio. As flores não flagram para si próprias. Portanto, vamos viver uns para os outros. Essa é a Lei da Natureza. Sejais apoiantes uns dos outros e não sejais causadores da desgraça de uns e outros”.