O mais recente livro do escritor timorense Luís Cardoso, o romance Hotel Timor, foi apresentado no dia 15 de novembro, no auditório da UCCLA.
Editado com a chancela da The Poets and Dragons Society, o livro foi dado a conhecer através da intervenção de várias personalidades, que, pela leitura de excertos, foram revelando ao público os contornos e a atmosfera deste Hotel Timor, perante uma plateia repleta de amigos e de figuras ligadas a Timor-Leste.
A sessão contou ainda com momentos de música, incluindo atuações do próprio autor.
Sinopse:
No coração de Díli, debruçado sobre um mar que guarda mais silêncios do que ondas, ergue-se o Hotel Timor. O edifício é mais do que um lugar de passagem: é testemunha de uma história que resiste ao tempo. Entre Lisboa e Timor, entre a partida e o regresso impossível, este romance habita a fronteira do exílio. As personagens movem-se como viajantes perdidos, estrangeiros na sua própria terra, seres que procuram redenção na lembrança e tropeçam na ferida ainda aberta da História. Amores interrompidos, destinos fragmentados, cartas nunca enviadas, vozes que regressam na madrugada: tudo converge na atmosfera rarefeita do hotel, metáfora de um país e de uma identidade suspensa entre a ruína e a esperança. Com uma escrita densa, melódica e por vezes cruel, o autor ergue uma narrativa que é ao mesmo tempo íntima e coletiva. Hotel Timor fala da dor e da resistência, do esquecimento e da memória, do peso das ausências e da obstinação em continuar a viver, mesmo quando tudo em redor ameaça desaparecer. Ler este livro é entrar num espaço onde a literatura se torna morada de sombras, mas também de claridade inesperada - um lugar onde a palavra resiste, como último refúgio contra a perda.
Biografia:
Luís Cardoso nasceu em Kailako, uma vila no interior de Timor-Leste. Estudou na ilha de Ataúro e nos colégios missionários de Soibada e de Fuiloro, no seminário dos jesuítas em Dare e no Liceu Dr. Francisco Machado, em Díli. Mais tarde, já em Portugal, licenciou-se em Silvicultura no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa e realizou uma Pós-Graduação em Direito e Política do Ambiente, na Universidade Lusófona.
Desempenhou as funções de Representante do Conselho Nacional da Resistência Maubere, em Portugal.
É autor dos romances: Crónica de Uma Travessia (1997); Olhos de Coruja Olhos de Gato Bravo (2002); A Última Morte do Coronel Santiago (2003); Requiem para o Navegador Solitário (2007); O Ano em que Pigafetta completou a circum-navegação (2013); Para onde vão os gatos quando morrem? (2017); e o Plantador de Abóboras (2020). Este último romance foi galardoado com o Prémio Oceanos 2021.