Livro “Quem me dera ser onda” de Manuel Rui Monteiro
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Livro “Quem me dera ser onda” de Manuel Rui Monteiro
Publicado em 16-12-2018
O romance de Manuel Rui Monteiro “Quem me dera ser onda”, uma história aparentemente simples, quase infantil, mas que aborda temas sérios presentes na sociedade angolana, após a independência: as consequências da guerra, a condição humana, as classes sociais, a corrupção, os preconceitos, a liberdade.
 
Quem me dera ser onda, escrito em 1982, é, aparentemente, uma história infantil, com destaque para as personagens principais que são duas crianças e um animal - um porco. O argumento principal centra-se exatamente nestas figuras, onde nasce uma relação que era perfeitamente possível num tempo já esquecido pelos adultos. 
 
Na verdade, a figura fundamental que perpassa todo este texto é a ironia e é-o exatamente pelo facto de se incorporar a este texto, aparentemente simples e despretensioso, uma incrível mescla política e uma crítica à sociedade de Luanda da época, que esqueceu e apagou todos os valores antigos. 
 
Quem me dera ser onda deve ser visto como um autêntico relatório dos problemas e evidências que merecem atenção pela preocupação que despertam: ao longo da leitura somos embalados e como que convidados a entrar num mundo citadino definitivamente alienado, em que reina a confusão de situações sociais, culturais e vivenciais que há que revelar,estudar e entender como factos a rever - a alienação cultural, social e política é-nos dada através da figura do pai das crianças que não entende certas preocupações humanas e se revela completamente desintegrado do espaço social representado pelo prédio e mesmo pela cidade em que vive. 
 
Pela mensagem importante  que esta novela fez passar, Manuel Rui Monteiro viu Quem me dera ser onda ser galardoada com o importante Prémio Nacional Agostinho Neto.
 
 
Sinopse:
 
Livro recomendado para o 9.º ano de escolaridade, destinado a leitura orientada na sala de aula.
Um romance delirantemente divertido e luminosamente redentor. Angola, poucos anos depois da independência. Estamos mais precisamente em Luanda, em anos de esquemas de sobrevivência. Um pai de família desencanta um porco e leva-o para o seu apartamento, no sétimo andar de um prédio. Os filhos, Zeca e Ruca, apaixonam-se perdidamente pelo porquinho.