Lançamento do livro "A Verdade da Minha Jornada - Da Fazenda ao Palco Internacional" na UCCLA
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Lançamento do livro "A Verdade da Minha Jornada - Da Fazenda ao Palco Internacional" na UCCLA
Publicado em 24-11-2017
A UCCLA foi palco do lançamento do livro "A Verdade da Minha Jornada - Da Fazenda ao Palco Internacional" da autoria do Embaixador Adão Pinto, Cônsul-Geral de Angola em Nova Iorque, no dia 24 de novembro. De acordo com o prefácio trata-se de uma "obra que nos relembra a benção da vida, a dignidade da herança africana e o anseio de liberdade e de prosperidade do seu país".
 
A mesa foi composta por José Bastos, em representação do Secretário-Geral da UCCLA Vitor Ramalho, da editora Cláudia Peixoto, do Embaixador Narciso Espírito Santo - Cônsul-Geral de Angola em Lisboa e do autor Adão Pinto.
 
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José Bastos dando as boas vindas a todos os presentes, reforçou o papel da UCCLA na dinamização da cultura e no acolhimento de iniciativas representativas dos países de língua portuguesa.
 
Para Claudia Peixoto nesta biografia de Adão Pinto é revelada uma pessoa “simples, muito compreensiva, de um trato muito fácil e com uma caraterística que é notável… é muito humilde e isso trespassa todo o livro” pois tem “perfeita consciência da sua origem, de onde veio, tem um imenso orgulho nela, tem um imenso orgulho nos seus pais”, acrescentando que “a consciência da sua origem e da sua humildade fez com que ele quisesse passar isso para o papel, o seu percurso” relatando a sua vida e o desejo de ter formação numa universidade. 
 
O objetivo em escrever uma biografia não “era de todo para se vangloriar”, mas sim querer que o seu livro e o seu “percurso sirva de exemplo para os jovens”, um percurso alcançado através do “conhecimento, da formação, da educação e do trabalho” e que “sirva de fonte de inspiração para os jovens de hoje e para as novas gerações”. 
A editora deu conta, ainda, que a biografia foi lançada pela primeira vez em inglês, em Nova Iorque, este ano, e agora em português.
 
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Adão Pinto “traçou uma história daquilo que foi o percurso da vida dele” referiu o Embaixador Narciso Espírito Santo.
 
Para Adão Pinto “os conflitos não armados são a pobreza, a doença, a miséria, etc. Eu nasci numa aldeia, cresci numa fazenda onde não tínhamos água corrente, não tínhamos eletricidade, enfim eu próprio fui vítima desses conflitos não armados”, deixando a mensagem que “o presente deles (do país), as circunstâncias que atravessam atualmente não determinará o futuro deles e eu sou o exemplo vivo disso. Deve-se lutar, deve-se preservar. Eu escrevi este livro com um pendor na educação” pois “educar vem do latim, que significa ajudar alguém crescer e eu quero, efetivamente, que a juventude cresça”.
 
Este livro é uma “narrativa social, porque não se pode conceber o Adão Pinto fora do contexto de Angola, como não se pode conceber Angola fora do contexto africano, por isso África também é minha, o meu ponto de partida de sempre” refere o autor, para reforçar que deixa um testemunho aos jovens não “do futuro, mas do presente” concluindo que escreveu este livro porque “quero morrer livre, livre de toda a miséria, livre de qualquer complexo de inferioridade, livre e livre tenho dito!”.
 
 
A cerimónia contou com a presença do tenor angolano Nelson Ebo, acompanhado ao piano por Eduardo Jordão. 
 
 
 
Informação sobre a obra:
 
“Adão Pinto deixa-nos um testemunho admirável a vários títulos: uma obra que nos relembra a bênção da vida, a dignidade da herança africana e o anseio de liberdade e de prosperidade do seu país. Este é o percurso de um jovem de origens modestas que, com empenho e sentido de missão, atingiu o sucesso que poucos, à partida, teriam previsto, sendo hoje Embaixador e Cônsul-Geral de Angola em Nova Iorque. Com as circunstâncias concretas que a tornam angolana e africana, esta é sobretudo uma história de alcance universal num mundo onde a igualdade de oportunidades é ainda uma miragem para milhões de crianças e de jovens que aspiram a um futuro com dignidade. Um exemplo de determinação desde as plantações de café no Uíge até serviço diplomático angolano, construído com generosidade, tolerância e alegria.
 
[…] Ao longo da vida, Adão Pinto - também como africano - foi observador privilegiado de três paradigmas de organização política, económica e social: colonial, comunista e capitalista e sobre eles tirou as suas próprias conclusões que partilha com o leitor. Mas esta é a valiosa memória de um tempo histórico fundacional para a identidade e afirmação de Angola, que Adão Pinto viveu pessoalmente como jovem, como estudante no estrangeiro e como diplomata. Será um contributo inestimável para as gerações vindouras para o conhecimento do seu país e para a construção de um futuro mais justo e mais fraterno.”
Manuela Bairos, Cônsul-Geral de Portugal em Nova Iorque
In Prefácio 
 
 
 
Biografia do autor: 
 
Adão Pinto nasceu a 2 de junho de 1960, na cidade do Uíge, província do Uíge, Angola. Herdou do seu avô paterno o seu nome em kikongo - Mengumbe (uma espécie de pássaro). Oriundo de uma família humilde, sobrevivente da guerra colonial, da guerra civil em Angola e da guerra fria. 
 
Um dos onze filhos de Rosalina Pemba e Pinto Muixi, proprietário de uma fazenda de café - a fazenda Caumbo -, devoto cristão e pastor da igreja da sua aldeia, Adão Pinto foi educado sob fortes valores morais. Fez a sua formação inicial em Angola, a sua licenciatura em Direito e o seu primeiro mestrado em Direito Internacional, na Universidade de Kiev, na então União Soviética. É ainda Mestre em Justiça Criminal pelo Monroe College, em Nova Iorque. Domina a sua língua nacional, o kikongo, o russo, o inglês, o francês e o espanhol. 
 
Adão Pinto iniciou a sua carreira diplomática, em 1989, como Adido Diplomático na Direcção dos Assuntos Jurídicos e Consulares, do Ministério das Relações Exteriores de Angola, onde assumiu particulares e importantes responsabilidades no acompanhamento do dossiê inerente à Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, assumindo a sua defesa junto da, à época, Assembleia do Povo para a respetiva entrada em vigor no ordenamento jurídico angolano. Para o efeito, participou em diversas sessões da Comissão das Nações Unidas sobre o Direito do Mar que decorriam, periodicamente, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América e em Kingston, na Jamaica. Para a assunção desta responsabilidade muito contribuiu a sua tese de mestrado intitulada “O Fundo do Mar como Património da Humanidade”. 
 
Em 1993, foi promovido à categoria de Primeiro Secretário do quadro diplomático e destacado para a sua primeira comissão de serviço da Embaixada da República de Angola em Havana, Cuba, onde permaneceu durante seis anos. 
 
Regressa então a Luanda e assume as funções de Director Interino do Instituto Superior de Relações Internacionais (ISRI). Em 2000, passa a exercer o cargo de Chefe do Departamento de Tratados, da Direcção dos Assuntos Jurídicos e Consulares, do Ministério das Relações Exteriores de Angola.  
 
E, em Maio de 2001, é promovido à categoria diplomática de Conselheiro e destacado para a sua segunda missão da Embaixada da República de Angola em Washington DC. Ainda em Washington DC, em 2003, sobe à categoria de Ministro Conselheiro. Permanece nessa cidade até ao ano de 2006, altura em que volta de novo a Angola e, em Novembro desse ano, assume a incumbência de Chefe do Departamento da América do Norte, da Direcção América, do Ministério das Relações Exteriores de Angola.
 
Em Junho de 2011 é nomeado Cônsul-Geral de Angola em Nova Iorque e assume essas funções no dia 1 de Setembro desse ano. Neste ano de 2017, é promovido à categoria de Embaixador de carreira, exercendo, atualmente, o cargo de Cônsul-Geral da República de Angola em Nova Iorque, Estados Unidos da América.