O Governo de Timor-Leste, através do Gabinete do Vice-Primeiro-Ministro e Ministro Coordenador dos Assuntos Sociais, em parceria com o Programa Alimentar Mundial (PAM) e outros parceiros de desenvolvimento, lançou, dia 25 de setembro, o Relatório sobre Agricultura, Alimentação e Nutrição Holística (HAFOUN) - uma análise custo-benefício que identifica nove intervenções de elevado retorno para reforçar a segurança alimentar, a nutrição e os meios de subsistência em todo o país.
Elaborado a partir de amplas consultas com mais de 100 partes interessadas, o relatório baseia-se numa avaliação independente conduzida pela Mettalytics, uma consultora internacional especializada em análises custo-benefício baseadas em evidências no domínio da segurança alimentar, nutrição e desenvolvimento. O relatório sublinha a importância de investir em proteção social sensível à agricultura e à nutrição, como forma de quebrar o ciclo da fome e da pobreza, fornecendo um roteiro para ampliar intervenções capazes de melhorar a nutrição das famílias, aumentar os rendimentos dos agricultores e contribuir para o desenvolvimento sustentável a longo prazo.
O relatório destaca que, caso as intervenções sejam ampliadas, Timor-Leste poderá registar melhorias significativas na produtividade agrícola e na segurança alimentar: as colheitas de arroz, milho e horticultura poderão aumentar cerca de 60%; a produção de café poderá duplicar; e culturas de exportação como a baunilha e a pimenta poderão expandir-se. Estes esforços têm o potencial de gerar 133 milhões de dólares em lucros anuais para 190 mil famílias, aumentar em 14 milhões de dólares as receitas do agronegócio e reduzir a insegurança alimentar de 42% para 29%. Prevê-se ainda que a melhoria da nutrição e do acesso a alimentos possa reduzir em 15% a mortalidade infantil e em 12% a desnutrição crónica.
O Vice-Primeiro-Ministro, Mariano Assanami Sabino, sublinhou que “este relatório é mais do que números - trata-se de pessoas, da sua dignidade e do seu futuro. O nosso compromisso é claro: do ventre materno ao fim da vida, todos os timorenses devem ter o direito a uma alimentação e nutrição adequadas.”
Jacqueline de Groot, representante do PAM em Timor-Leste, considerou o relatório um marco na formulação de políticas baseadas em evidências, afirmando que “esta análise oferece aos decisores as ferramentas para canalizar os recursos para onde terão maior impacto. Ao dar prioridade a estas intervenções, Timor-Leste pode alcançar avanços mensuráveis na redução da malnutrição e no reforço da resiliência.”
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