O auditório da UCCLA foi o local escolhido para a entrega do Prémio Internacional Harambee “Comunicar África” 2019, dia 27 de novembro, num evento apresentado por Vasco Palmeirim. A reportagem “Jóias do Príncipe” de Isabel Silva Costa, jornalista da RTP, foi a vencedora na categoria reportagem/documentário. Na categoria videoclip, o trabalho vencedor foi "Buta" do italiano Davide Salvucci. O evento contou com a atuação ao vivo do cantor santomense Tonecas Prazeres.

O vencedor do prémio Harambee na categoria de documentário/reportagem é de Isabel Silva Costa com a reportagem “Jóias do Princípe” da RTP ÁFRICA, um trabalho que dá a conhecer iniciativas de mulheres empreendedoras na ilha do Príncipe. Trata-se de uma reportagem que apresenta várias iniciativas levadas a cabo na ilha do Príncipe maioritariamente por mulheres. São empreendimentos locais que podem ser também inspiradores para outros países de África, como por exemplo, transformar garrafas de vidro em peças de bijuteria local; promover a plantação de pimenta, de plantas medicinais e de produtos da terra em produções de grande qualidade. Apesar de não serem produzidos em larga escala, é uma produção que emprega a população local e encontra saída nos nichos de mercado que procuram produtos naturais de qualidade.
Em segundo lugar nesta categoria, ficou a reportagem italiana “La loro Africa” de Marco Clementi e Enzo Nucci para a RAI-TG1. Aparecem retratadas iniciativas sociais do Quénia nas áreas da medicina e apoio sanitário; no desenvolvimento informático dos jovens; descrevem-se algumas das atividades da ONG AMREF Italia e termina com o depoimento de Lupita Nyong’O quando recebeu o Óscar de Melhor Actriz Secundária em Hollywood, incentivando os jovens africanos a perseguirem os seus sonhos.
O vencedor do prémio Harambee na categoria de videoclip, para estudantes até aos 25 anos, foi para o italiano Davide Salvucci, com “Buta, the jewel of Africa” onde descreve o massacre ocorrido em Buta, no Burindi. Trata-se de um local que se tornou um símbolo da paz, pois 40 estudantes de diferentes etnias foram massacrados por se terem recusado a matar entre si, no que era um exemplo de convivência multiétnica e multicultural. Em 5 minutos a tragédia surge como um oásis de esperança para um continente dilacerado pela guerra.
A cerimónia foi apresentada por Vasco Palmeirim e o programa contou com as intervenções de Cátia Sá Guerreiro, responsável de Harambee África Portugal, e Paulo Miguel Martins, representante do júri - o júri internacional foi constituído por Mário Augusto (presidente), Diego Contreras, Fabrizio Colombo, Gerard Dastugue, Jorge Paixão da Costa, Manuel José Damásio, Paulo Miguel Martins, Sani Magori, Stephen Ogongo, Teresa Félix António.
A ONG “Harambee África Internacional”, com sede em Itália, pretende premiar trabalhos de jornalistas e videoclips de jovens que lancem um novo olhar sobre África.
(Foto: Câmara Municipal de Lisboa - Francisco Levita)
Harambee África Portugal
Em Portugal, a ONG organizou ao longo de 2019 diferentes atividades de solidariedade com os países africanas de língua portuguesa.
Em janeiro e março Fernando Santos, Jorge Gabriel, Vitor Baía, Deco e muitos outros participaram em dois jogos de futebol solidários por Moçambique, em parceria com a Caritas Portuguesa.
Para além, das atividades desportivas Harambee organizou também uma Noite de Fados em junho com a atuação dos fadistas António Leitão, Emanuel Moura, Cristina Luz, Vítor Marques, Rogério Vieira, Gonçalves de Sousa, Anabela Jorge, José Saramago e Mariana Silva.
Anualmente na época de Natal organizam-se também Concertos Solidários. O próximo terá lugar no próximo dia 15 de dezembro, às 18 horas, na Câmara de Comércio de Lisboa.
Harambee África International
A ONG surgiu em 2002, quando se solicitou às 300 mil pessoas que participaram na cerimónia em que o Papa João Paulo II canonizou o Fundador do Opus Dei, Josemaria Escrivá, que doassem 5€ para financiar projetos de desenvolvimento em África.
Este santo foi o grande impulsionador da primeira escola inter-racial em África, Strathmore College, hoje Strathmore University, no Quénia. Começando como apoio pontual a propósito de uma canonização, tornou-se depois uma ação regular. Os vários projetos apoiados são muito variados, e não têm de ser projetos de instituições católicas, ou sequer com orientação religiosa.
O Harambee África International financiou já 78 projetos de cooperação em 21 países africanos feitos por pessoas locais, para ajudar pessoas do continente africano.
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