Celebração do nascimento de Amílcar Cabral na UCCLA
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Celebração do nascimento de Amílcar Cabral na UCCLA
Publicado em 14-09-2018
Por ocasião da celebração dos 94 anos do nascimento de Amílcar Cabral, a UCCLA e o Grupo Cénico TCHON DI KAUBERDI organizaram, no dia 13 de setembro, na sede da UCCLA, um evento cultural para assinalar esta efeméride.
 
Para Vítor Ramalho, Secretário-Geral da UCCLA, esta é uma “homenagem singela, mas profundamente devida, a uma personalidade de referência que nos marcou a todos, de forma muito profunda, e ainda hoje, em relação àquilo que ele concebeu relativamente à estratégia da luta anticolonial para a Guiné e Cabo Verde e a indissociabilidade dos dois territórios colonizados por Portugal conduziram ao êxito de independências separadas, como é lógico e natural, com a liderança de Amílcar Cabral que é, simultaneamente, uma personalidade de dois países. Ele nasceu na Guiné, tanto quanto tenho presente, mas também viveu muitos anos em Cabo Verde. Esta conceção universalista do que é a luta pelo bem-estar dos povos teve nele, de facto, um expoente, talvez o maior expoente da luta anticolonial desenvolvida contra o regime colonial português que, no fundo e no essencial, congregou tantos e tantos patriotas”.
 
“Amílcar Cabral tinha uma visão enorme. Foi aliás, e isso é muitas vezes é escamoteado, um dos percursores da própria luta de libertação de Angola quando, como agrónomo, esteve em Angola” referiu Vítor Ramalho, concluindo com uma frase de Amílcar “nós todos, homens falantes do português, mais do que falarmos em português, pensamos em português”.
 
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O Embaixador de Cabo Verde em Portugal, Eurico Monteiro, reiterou importância desta iniciativa uma vez que “diz respeito a todos nós, portugueses, angolanos, moçambicanos, guineenses, a todos os países que foram antigas colónias” mas também com um “enfase especial para a Guiné-Bissau e também para Cabo Verde. É uma data de referência, uma data marcante, na história da luta da independência de Cabo Verde, como na história de luta da independência da Guiné-Bissau, representa um marco histórico de extraordinária importância”. 
 
Para Eurico Monteiro, Amílcar Cabral “hoje, reúne um consenso generalizado, não só em Cabo Verde, e na Guiné-Bissau, mas um pouco por todo o lado, especialmente nas antigas colónias, como um intelectual de referência e, também, que se afirmou como um homem de cultura”, acrescentando que para Amílcar a “luta de libertação nacional era também um acto de cultura e dizia, fundamentalmente, que era um acto de afirmação da identidade cultural, da história, dos costumes, das tradições, do modo de pensar e do modo de vida de um povo. Não foi um mero comandante militar, não foi um guerrilheiro, foi, de facto, um intelectual, foi um teórico, foi um homem de cultura”.
 
Francisco Fragoso, organizador desta iniciativa, afirmou que estava a homenagear um dos “maiores valores da humanidade”.
 
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Para celebrar a data, houve a preleção “No cerne do Magistério de Amílcar Cabral” com texto e apresentação de Kwame Kondé. De seguida, decorreu a apresentação cénica do poema “Amílcar Cabral” da autoria de Kwame Kondé pelos elementos do Grupo Cénico TCHON DI KAUBERDI - Inês Lourenço, Marta Horta, Maria João Lima e António Lourenço, com direção cénica e artística de Kwame Kondé.