Cais do Valongo é declarado Património Histórico da Humanidade

Cais do Valongo é declarado Património Histórico da Humanidade

Marco da herança africana no Rio de Janeiro (Membro Efetivo da UCCLA), o Cais do Valongo agora é Patrimônio da Humanidade. O Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco avaliou a inscrição do sítio arqueológico na 41.ª reunião anual da organização, realizada na cidade de Cracóvia, na Polônia.
 
Para a secretária Municipal de Cultura, Nilcemar Nogueira, esta representa uma etapa essencial para o reconhecimento de uma memória "que precisa ser revelada e, principalmente, reparada". A primeira medida, agora, será instalar um centro de referência no Cais do Valongo, como preconiza a Unesco, para que os próprios brasileiros conheçam um pouco mais sobre sua cultura, referiu.
 
O Brasil recebeu cerca de quatro milhões de escravos em mais de três séculos de escravatura. Uma percentagem destes escravos entrou pelo Rio de Janeiro através do Cais do Valongo. A partir de 1774, o desembarque de escravos no Rio foi integralmente concentrado na região da Praia do Valongo, onde se instalou um mercado de escravos que, além das casas de comércio, incluía um cemitério e um lazareto.
 
O Sítio Arqueológico do Cais do Valongo é considerado o mais importante vestígio material, fora da África, do tráfico atlântico de africanos escravizados, expressando material e simbolicamente um local que representa um registro da ação criminosa contra a humanidade. Em 2013, foi reconhecido como sítio de memória do Projeto Rota do Escravo – Resistência, Liberdade e Patrimônio, da Unesco.
 
O antropólogo Milton Guran explicou que as ruínas do Cais do Valongo são os únicos vestígios materiais de desembarque de africanos escravizados no continente americano.
 
 
 
 
 
Publicado em 09-07-2017