

O Banco Mundial vai avançar com uma parceria com Moçambique, a cinco anos, apostando no turismo, energia e qualificação dos jovens.
“A primeira coisa que Moçambique deve fazer é um esforço para estabilizar a sua situação macro fiscal. Porque se não se fizer isso, é muito difícil dar estabilidade a uma população e atrair o setor privado”, disse o presidente do Grupo Banco Mundial (BM), Ajay Banga.
“Têm uma nação jovem e em crescimento. E esse é o vosso dividendo”, sublinhou, apontando a prioridade da “dignidade” de um emprego da população e de qualificar os jovens: “Não temos 30 anos para fazer isto corretamente. Porque se os jovens não tiverem esperança, farão coisas que não queremos, incluindo a migração para outros locais e a instabilidade”.
Banga esteve reunido, em Maputo, com o Presidente moçambicano, Daniel Chapo, e defende que é necessário “dar uma oportunidade” aos jovens e ao setor privado, que cria os empregos.
“Penso que há quatro ou cinco coisas que nós, enquanto instituição, podemos fazer com Moçambique. Criar um novo quadro de parceria nacional, uma visão a cinco anos, ajudar com energia, com os corredores [três, que ligam os portos ao interior e aos países vizinhos], com a agricultura e as pequenas empresas, com a qualificação e com o turismo”, enumerou, reforçando o apelo para que a situação macrofiscal seja organizada.
“Têm sol, gás, há a energia hidroelétrica. Têm a capacidade de criar eletricidade (...), é um dos maiores fornecedores da rede energética da África austral, há uma enorme procura de eletricidade nos outros países, na maior parte dos casos, existe uma carência. Por isso, a possibilidade de ganhar divisas e, ao mesmo tempo, tornar-se um integrador regional de eletricidade, é enorme”, enfatizou o presidente do BM.
Ajay Banga destacou a aposta de Moçambique no turismo e o contributo que o BM pode dar nesta nova parceria, assumindo que é “um país abençoado” com praias e “boas pessoas”.
“O turismo é o maior multiplicador de empregos por cada dólar investido. E penso que ele [Presidente moçambicano] está bastante concentrado nisso, e com razão. Já têm um bom turismo. Estou a falar de multiplicar esse valor. Vamos trabalhar com ele num plano de turismo que abranja destinos de negócios e de conferências, destinos sociais e de casamento e, por último, o turismo sustentável de elevado valor. Mais uma vez, têm todos os atributos necessários para isso. Vida selvagem, praias, campos de golfe”, disse.
No final dos dois dias de visita a Moçambique, a convite do chefe de Estado moçambicano, Ajay Banga reconheceu a necessidade de o BM “aumentar velocidade de reação”, embora reconhecendo que “uma parte” do trabalho da instituição “é difícil de fazer muito mais depressa”.
“Quando se constrói uma barragem é preciso não só a tecnologia e o equipamento, mas também preocupar-se com o impacto nas pessoas e no ambiente. É necessário ligar as linhas de transmissão, criar subestações. Estes projetos são complicados e demoram tempo”, disse, garantindo que ajudar pequenos empreendedores e empresários “deve ser mais rápido do que construir uma barragem”.
“É preciso encontrar uma forma de fazer com que as coisas andem depressa através disso. É isso que estamos a tentar fazer. O que penso que vai mudar neste processo é este novo quadro de parceria nacional que estamos a criar, que refletirá uma visão a cinco anos e as prioridades que deveríamos acordar em algumas áreas", concluiu.
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