A UCCLA - organizadora do Prémio Literário UCCLA - Novos Talentos, Novas Obras em Língua Portuguesa, em parceria com a Guerra e Paz editores - apresentou a obra vencedora da 5.ª edição do Prémio Literário UCCLA, na 90.ª edição da Feira do Livro de Lisboa, dia 11 de setembro.

Dando a conhecer o percurso do Prémio Literário UCCLA, o coordenador cultural da UCCLA, Rui Lourido, anunciou o vencedor do prémio atribuído à obra “Heterónimo de Pedra” de Henrique Castanheira e fez referência às cinco obras finalistas desta última edição, que foram merecedoras de uma posição honrosa.

Agradecendo à UCCLA a confiança depositada para a publicação da obra, o editor Manuel S. Fonseca, da Guerra e Paz editores, fez uma referência à anterior editora que segundo ele “deixou uma grande responsabilidade”. Realçou que o livro de contos vencedor é de uma grande originalidade, “uma obra muito motivadora” e concluiu assumindo que o livro um dia morrerá, mas que a editora assume a sua parte, para que o livro continue a ser um sinal de vida. Agradeceu o entusiasmo da UCCLA e finalizou com “obrigada à UCCLA por não deixar morrer o livro”.

O crítico literário António Carlos Cortez, ficou agradado com o facto da editora Guerra e Paz se ter associado ao Prémio Literário, realçando o importante trabalho que a UCCLA tem vindo a desenvolver em prol da língua portuguesa. Fez uma breve alusão à metodologia do seu árduo trabalho de seleção que implica a leitura e releitura dos textos. Apresentou o livro premiado “Heterónimo de Pedra” salientando os aspetos que o levaram a selecionar a obra. Destacou o estilo descritivo e pormenorizado, realçando que “são poemas sobre figuras, que são transportadas para dentro de relatos onde o tema da viagem é o eixo essencial”. Fez, ainda, um grande elogio ao vencedor da 1.ª edição do Prémio - “Era uma vez um Homem” de João Nuno Azambuja que se encontrava na plateia.

O autor Henrique Castanheira agradeceu à UCCLA e referiu a forma emocionada como recebeu a notícia de ter sido o vencedor, e agradeceu à editora o exemplar tratamento durante todo o processo de edição do livro. Sobre a obra “Heterónimo de Pedra” referiu que “foi um encontro com o mundo, com geografias diversas e uma extensão da minha vida”. Devido ao seu percurso profissional, o autor viajou muito o que permitiu unir a escrita e o desenho. Referiu que o livro de contos e micro contos é o resultado desse encontro: escrever e desenhar. Um livro que se interroga e concluiu, “um livro de solidão de indivíduos”.

Seguiu-se a intervenção de José Ribeiro e Castro, representante do "Movimento 800 anos de Língua Portuguesa", parceiro do Prémio. Destacou a criação do "Movimento 2014" que esteve na génese da criação do Prémio Literário UCCLA, apoiando institucionalmente desde a primeira edição. Concluiu a sua intervenção afirmando que “queremos que este prémio seja uma nau para os próximos 800 anos e esperamos que o livro não morra, até lá”.

O Secretário-geral da UCCLA, Vítor Ramalho, encerrou a sessão tendo agradecido a presença de todos na mesa, dos colaboradores da UCCLA que trabalharam para mais uma edição de sucesso. Realçou o trabalho da editora Guerra e Paz e do crítico literário António Carlos Cortez.

Vitor Ramalho destacou que a cultura é muito acarinhada pela UCCLA e que se orgulha muito disso e o contributo que dá é fundamental. “A obra leva-nos a percursos múltiplos da cidadania de que todos somos portadores”.

Concluindo, Vítor Ramalho enalteceu que perante a situação atual de pandemia, a UCCLA teve que adiar e mesmo cancelar alguns dos seus eventos. Como alternativa, e recorrendo ao teletrabalho, foram lançadas diversas iniciativas e projetos ligados à cultura e às artes, que obtiveram bastante sucesso. No final, anunciou a abertura de candidaturas para a 6.ª edição do Prémio Literário UCCLA.

A sessão contou, também, com a presença do escritor e membro do júri Tony Tcheka, e foram convidados os escritores vencedores da 1.ª e 4.ª edição do Prémio Literário UCCLA, respetivamente, João Nuno Azambuja e A. Pedro Correia.

O Prémio Literário UCCLA é uma iniciativa da UCCLA, em parceria com a Guerra e Paz editores e conta com o apoio do Movimento 2014 e da Câmara Municipal de Lisboa. Tem como objetivo estimular a produção de obras literárias, nos domínios da prosa de ficção (romance, novela e conto) e da poesia, em língua portuguesa, por novos escritores.

Nota: Créditos das três primeiras filas de fotos - Câmara Municipal de Lisboa