Apresentação da estátua de Eduardo Lourenço por Leonel Moura

Apresentação da estátua de Eduardo Lourenço por Leonel Moura

Uma homenagem ao professor e filósofo português Eduardo Lourenço, no dia em que se assinala o seu 96.º aniversário, foi o mote para a apresentação pública de uma estátua em bronze do aniversariante da autoria de Leonel Moura, no dia 23 de maio, nos jardins da UCCLA. 
 
Para o Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, esta estátua de bronze é de uma “personalidade incontornável ao nível da filosofia que é o Senhor Professor Eduardo Lourenço”, demonstrando uma “enorme gratidão para com os amigos, que aqui estão, e para as personalidades de referência que são todos vós.”
 
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O autor da peça, Leonel Moura, explicou a técnica utilizada para a conceção da estátua e contou que o resultado foi muito satisfatório para o homenageado, acrescentando que “achei que tinha muito a ver com ele e com o pensamento dele”. De acordo com o autor as “estátuas devem ser feitas em vida. Eduardo Lourenço mereça-a!”
 
Para Leonel Moura, Eduardo Lourenço “não é um pensador, digamos, linear, monolítico. Pelo contrário, ele é conhecido exatamente por não ser ortodoxo. E, portanto, ter esse aspeto e ir buscar muitas referências. E ele gostou sinceramente e, então, a partir daí comecei a pensar, vou ter que fazer isto em bronze, para ficar”, afirmando que “está aqui com todo o gosto e com uma enorme honra em poder ter feito isto” e “aqui acresce o prazer de ter feito de uma pessoa que eu admiro bastante e que é uma referência também do meu pensamento, da minha vida. E é com um enorme prazer que eu apresento aqui, que é a minha prenda de anos ao Eduardo, dos 96 anos do Eduardo Lourenço. Pode dizer que é a minha prenda de anos…”
 
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Em representação do homenageado, estava o irmão Adriano Lourenço que agradeceu a todos e afirmou que iria transmitir “o gesto de todos os que assistem a esta homenagem, ele vai ficar com pena de não estar presente, mas feliz por saber que estiveram. Muito obrigada”.
 
Estiveram presentes, entre outros, o Diretor Geral das Artes, Américo Rodrigues, Ramalho Eanes, Manuela Eanes, José Gil, José Carlos de Vasconcelos, General Luís Sequeira, Mário Crespo, João Cravinho.
 
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A estátua em bronze tem como base o protótipo que foi apresentado no Centro Nacional de Cultura, em 2016, e na UCCLA, em 2017. Este protótipo foi realizado a partir da digitalização do próprio Eduardo Lourenço e posteriormente impresso em 3D juntando mais de 100 peças. A estátua, fabricada na Fundição Lage de Vila Nova de Gaia, tem 210 cm de altura e pesa cerca de 800 quilos.
 
 
 
Biografia:
 
Eduardo Lourenço (de Faria) nasceu a 23 de maio de 1923, em São Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, distrito da Guarda, Portugal. É o filho mais velho (de sete) de Abílio de Faria, oficial do Exército, e de Maria de Jesus Lourenço. Frequentou a Escola Primária na sua terra natal. Depois ingressou no Liceu da Guarda e terminou os seus estudos secundários no Colégio Militar em Lisboa. Frequentou o Curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde concluiu a Licenciatura no dia 23 de julho de 1946, com uma Dissertação com o título O Sentido da Dialéctica no Idealismo Absoluto. Assumiu as funções de Professor Assistente nessa Universidade, cargo que desempenhou até 1953. Publicou, em edição de autor, o seu primeiro livro Heterodoxia I em novembro de 1949. 
Nos últimos anos, Eduardo Lourenço recebeu inúmeras distinções, entre as quais se destacam: Prémio Camões (1996), Officier de l’Ordre de Mérite pelo Governo francês (1996), Chevalier de L’Ordre des Arts et des Lettres pelo Governo francês (2000), Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora (2001), Medalha de Ouro da Cidade de Coimbra (2001), Cavaleiro da Legião de Honra (2002), Prémio da Latinidade (2003), Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada (2003), Prémio Extremadura a la Creación (2006), Medalha de Mérito Cultural pelo Governo português (2008), Medalha de Ouro da Cidade da Guarda (2008) e Encomienda de Numero de la Orden del Mérito Civil pelo Rei de Espanha (2009).
Eduardo Lourenço é ainda Doutor Honoris Causa pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006). Desde 2002 exerce as funções de administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian.
Em Dezembro de 2011, foi-lhe atribuído o Prémio Pessoa. Em 2013, foi distinguido com o Prémio Jacinto do Prado Coelho pela obra Tempo da Música. Música do Tempo. Em 2018, a sua obra O Labirinto da Saudade é adaptada ao cinema por Miguel Gonçalves Mendes numa viagem única pelo interior de uma mente brilhante.
 
 
 
 
Publicado em 23-05-2019