Dia da Liberdade e da Democracia assinalado na UCCLA

Dia da Liberdade e da Democracia assinalado na UCCLA

No dia em que se assinalou a data das primeiras eleições livres em Cabo Verde, dia 13 de janeiro - “Dia da Liberdade e Democracia” - a Embaixada da República de Cabo Verde e a UCCLA organizaram uma palestra proferida pelo advogado Arnaldo Silva e subordinada ao tema “A Democracia e o Desenvolvimento”, no Auditório da UCCLA.
 
A sessão contou com a presença do Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da República de Cabo Verde em Portugal, Eurico Correia Monteiro - que tinha apresentado, dia 12 de janeiro, as Cartas Credenciais ao Presidente da República de Portugal, do Ministro Conselheiro da Embaixada de Cabo Verde e de representantes diplomáticos.
 
O Secretário-Geral da UCCLA, Vitor Ramalho, assinalou e agradeceu a presença do Embaixador neste que foi o seu primeiro acto após assumir funções.
 
“Excelente e reconhecido advogado de Cabo Verde, personalidade que foi fundador do MPD, esteve no governo também como Ministro da Comunicação Social” foram as palavras proferidas por Vitor Ramalho sobre Arnaldo Silva. 
 
Para o palestrante “as eleições de 13 de janeiro de 1991 continuam a ser mal interpretadas entre nós. Há quem não lhes dê o valor, nem a consideração, outros preferem vê-las como um desvio da história. Porque destas e da política têm uma visão humanista. Outros, ainda, querem, por e simplesmente, apaga-las se possível fosse para sempre da memória do povo cabo-verdiano. Todos esses esforços inscrevem-se numa linha de pensamento que, em outras paragens, fez época mas, em Cabo Verde, não deve ser consentida. Não por via de coação, mas por mecanismos persuasivos que façam ver aos sujeitos políticos que a história, por mais que se tente, não é eliminada”.
 
“Os efeitos do 13 de janeiro foram profundos” salientou Arnaldo Silva, acrescentando que tiveram repercussões no estado, partidos políticos, na sociedade e na vida das pessoas. O 13 de janeiro é importante por ser o “dia em que, pela primeira vez, o povo cabo-verdiano foi chamado às urnas para votar em liberdade, em democracia, em eleições pluralistas”, adiantando que “foi a primeira vez que os cabo-verdianos se tornaram sujeitos da história, detentores do poder de designar livremente os seus governantes. É importante, também, porque é o dia em que se realizam as eleições fundadoras da nossa democracia”.
 
“Não se trata só de uma questão simbólica, mas de um efeito importante até para os estudiosos de fenómenos políticos”, destacando que se “pôs fim à época de eleições monopartidárias não democráticas”.
 
Para o advogado, o 13 de janeiro representa o “fim do autoritarismo, a instalação da democracia e a consolidação da democracia”, onde todos os partidos desempenharam um papel importante.
 
 
 
Arnado Pereira Silva, licenciado pela Faculdade de Direito da Universidade Clássica de Lisboa, é fundador do Movimento para a Democracia (MpD) e membro da sua direção política desde a primeira hora. Foi membro do primeiro governo da II República, com a pasta da comunicação social, deputado à Assembleia Nacional, advogado de reconhecido mérito e consultor nas áreas do direito comercial e da aviação civil.  
 

 

Publicado em 13-01-2017